Nesta sexta-feira, 19 de
abril, completa um ano do assassinato do músico Joan Braga dos Reis, de 33 anos
de idade. Conforme investigações da Polícia Civil, o crime aconteceu em Guaraí
e foi cometido por três policiais militares, que também são suspeitos de
abandonarem o corpo de Joan às margens da BR-235.
Neste período, sentimentos
como tristeza, saudade, revolta e busca por justiça fazem parte da rotina da
família.
“Meu irmão foi assassinado de
uma forma brutal, sem explicação. Era uma pessoa de bem que todo mundo gostava,
não mexia com vida de ninguém, que morou e trabalhou como músico por dez anos
em Guaraí. Nossa família sofre até hoje essa grande perda que tivemos, foi um
impacto tão grande que não tem explicação, Perdemos inúmeras noites de sono, a saúde
de todo mundo ficou abalada. Meu pai, que tem mais de 70 anos de idade, e minha
mãe de 60 e poucos anos não se conformam até hoje com a forma que aconteceu. Isso
afetou tanto a nossa vida psicologicamente como também financeiramente. Não é
fácil, tem hora que eu fico sem palavras para falar sobre o assunto”, relatou
Adilton Gomes ao lembrar da de seu irmão caçula.
Audiência
de instrução
Coincidentemente, na próxima segunda-feira,
22, três dias depois de completar um ano da morte de Joan Braga, a 1ª Vara
Criminal de Guaraí sediará a primeira audiência de instrução e julgamento,
quando podem ser apresentadas provas e serão ouvidas testemunhas do caso.
Em comunicado a defesa da família
de Joan Braga afirmou: “À medida que a audiência do dia 22 de abril se
aproxima, o coração é a mente são tomados por uma convicção translúcida: este
momento processual representa mais do que um procedimento judicial; estamos
avançando rumo a um exame sobre as falhas na atuação e supervisão das forças
policiais. A família de Braga e a sociedade tocantinense, unidas pela empatia e
pela busca por justiça, esperam que este caso seja um ponto de virada, que tem
o potencial de ser um marco na luta contra a covardia e violência policial”.
Já Adilton Gomes reforçou que
a família quer justiça e que a situação não fique impune. “A gente espera em
Deus que a justiça seja feita. Um caso desse não pode ficar impune, porque
realmente ele era uma pessoa do bem, querido por todo mundo, e aconteceu essa
fatalidade. Esperamos justiça, que seja feita justiça, porque isso é uma
situação que a gente não deseja para ninguém”, reforçou.
O
caso
Joan Braga saiu do Distrito de
Luzimangues (Porto Nacional), no dia 19 de abril de 2023, com destino a Centenário
(TO), para visitar a família, mas em razão de sequelas de um acidente
automobilístico sofrido anteriormente, teve um surto psicológico enquanto
esperava transporte em Guaraí.
Ele foi visto vagando pela
cidade sem noção de seus atos, entrando em carros estacionados e abertos. Em
frente a um lava jato da cidade, Joan teria entrado novamente em outro veículo
e causado pequenos danos ao tentar ligá-lo.
Conforme as investigações, a
vítima, após um incidente, foi “entregue”, algemada, por um policial militar
aposentado a uma equipe da Polícia Militar composta por três integrantes
Testemunhas confirmaram à polícia que Joan entrou na viatura. O corpo dele foi
encontrado cinco dias após o desaparecimento, às margens da rodovia BR-235, que
dá acesso a Pedro Afonso.
Os três policiais militares lotados
no 7º Batalhão de Polícia de Guaraí suspeitos de assassinar o músico foram
presos no dia 1º de dezembro de 2023, em Guaraí. O Ministério Público do
Tocantins (MPTO), além de se manifestar a favor das prisões e dos mandados de
busca e apreensão feitos pela Polícia Civil, obteve ainda, na Justiça, o
afastamento dos supostos envolvidos das suas funções e a entrega das armas.
Conforme apurado, o sistema de
monitoramento da viatura policial e câmeras de segurança do sistema público da
cidade mostraram que o carro em que os PMs estavam fez o exato percurso até o
local onde o corpo de Joan foi achado.
O MPTO aponta, nos autos, que o cidadão deveria ter sido encaminhado à Delegacia de Polícia, logo após ter entrado na viatura – o que não ocorreu. Os suspeitos disseram que deixaram a vítima em um bairro da cidade, o que não foi comprovado na investigação.
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